Blog

Em uma sala de aula, alunos sentados em suas cadeiras, levantam a mão.
04 jun, 2018

O papel da escola e da família da criança surda

A família é o agente primário de socialização. Ela é considerada a principal responsável pela formação do caráter de uma pessoa e ajuda o filho, por meio de exemplos, a construir a sua identidade própria. Fica fácil falar assim quando não existe, na família, pessoas com alguma deficiência física ou mental. O contrário também acontece, um ouvinte que nasce numa família de surdos, por exemplo, vai causar uma nova maneira da família de aprender a conviver com o “diferente”.

Em uma família onde todos são surdos, a comunicação ocorre naturalmente, mas e quando uma criança surda nasce em uma família de ouvintes? É sobre isso que falarei aqui nesse artigo. Existe uma série de etapas de adaptações, que vão desde o momento que os pais desconfiam que o filho não escuta; sendo que muitas vezes quem identifica isso é a escola. A comunidade escolar quando percebe avisa os pais e tardiamente pensa-se o que fazer.  Quando a escola não percebe, a criança tanto em casa, como na escola, é tratada com impaciência.

Aceitação e adaptação
A outra etapa, depois do diagnóstico da surdez, é a aceitação. Após essa fase, a recomendação é buscar ajuda média e educacional para que os pais se comuniquem com o seu filho, na língua dos surdos, a Libras– Língua Brasileira de Sinais. Se essa família não aprende a se comunicar em Libras, dificilmente essa criança terá um desenvolvimento normal. Ao conversar em Libras em casa, os pais mostram-se responsáveis e preocupados com futuros comportamentos do seu filho no meio social, permitindo a sua adaptação.

A Libras, como qualquer outra língua, segundo especialistas precisa ser inserida na vida da criança nos três primeiros anos de idade, para que a criança adquira a língua de sinais naturalmente. No entanto, o que vemos é uma outra realidade.
Quanto antes os pais souberem da surdez do filho, melhor. Dessa forma eles vão procurar ajuda de profissionais, que irão mostrar a fundamental importância da Libras e de toda a informação que precisam. Isso trará benefícios a essa criança no convívio familiar e na inserção no processo educacional, social e cultural.

Onde está a diferença?
É preciso que a família desmistifique a diferença, não colocando o seu filho na posição de deficiente num contexto de incapacidade. Havendo um correto e intenso acompanhamento, a família verá que o seu filho surdo tem perfeitas condições de se integrar com a sociedade ouvinte.

Intelectualmente, os pais perceberão que não há barreiras, pois quem coloca as barreiras são eles mesmos e a sociedade, que não está preparada e bem informada para lidar com pessoas com qualquer tipo de deficiência. No surdo não há comprometimento que o impeça de aprender, desenvolver-se e, consequentemente, apresentar um desempenho semelhante ao do indivíduo de audição normal.

Deveres dos pais com o filho surdo
Os pais tem como dever prevenir e detectar, na medida do possível, o aparecimento da surdez. É preciso buscar informação nos serviços de saúde, ver a possibilidade de realizar o implante coclear. Os pais também devem comunicar a toda a família o caso, passar informações de como o seu filho pode ser visto com mais naturalidade e para que todos se adaptem a nova situação familiar, no convívio social.

Em que escola matricular a criança surda? 
Outra função dos pais importante é buscar uma educação em uma escola adequada, que pode ser uma escola especial, em que a criança surda vai conviver com outras crianças na mesma situação; como também permitir o convívio com crianças ouvintes para que ela aprenda a conviver com pessoas diferentes que ela. Tudo vai depender do tipo e grau da perda auditiva, já que na maioria dos casos é a família quem escolhe o tipo de escola. Buscar orientação de fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e pediatras é muito importante nessa escolha.

Procure ampliar seus conhecimentos
A situação de um filho surdo é nova e traz insegurança, por isso é preciso ampliar seus conhecimentos, buscar informações nas leis, que amparam os pais dos surdos e os surdos; trocar informações com pais que passam pela mesma situação, a fim de partilhar com eles seus sentimentos e esperanças. Dessa forma, saberão que outras famílias passam pelas mesmas dificuldades e que possuem dúvidas em comum. Ao saber quais dificuldades enfrentam, fica mais fácil enfrentar, superar, e por fim, encarar com naturalidade a “diferença”.

Fonte: texto publicado pelo Portal Futuro Eventos

Entre em contato

Prestação de serviços na área de acessibilidade para pessoas com deficiência visual Audiodescrição (AD) e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE). Assessoria e Consultoria Editorial (preparação de originais, revisão crítica e ortográfica, ISBN, ficha catalográfica e direitos autorais). Assessoria de Imprensa na área editorial, educacional e gastronômica. Atualização de redes sociais.