Três alunos de 12 anos foram premiados na competição InovaVital, do Colégio VItal Brazil (zona oeste de São Paulo). Foram selecionadas dez iniciativas, que propõem soluções para problemas na sociedade, englobando várias áreas: sustentabilidade, meio ambiente, acessibilidade, educação e bem-estar social. O grupo foi o vencedor na categoria Ensino Fundamental por criarem um leitor digital, que converte textos em língua portuguesa para braile, para dar autonomia a pessoas com deficiência visual.
Chamado de Sistema de Leitura para Deficientes Visuais, o projeto desenvolvido pelos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, funciona por meio de uma placa de arduíno, um leitor digital que recebe comandos utilizando o código Morse – um sistema de representação de letras, números e sinais de pontuação, que utiliza um sinal codificado enviado de modo intermitente – que transforma o alfabeto português em braile.
A partir dessa base, a codificação das palavras é registrada por pinos que se levantam simultaneamente para que o deficiente possa tocá-los e fazer a leitura do texto. Além disso, os mesmos pinos emitem sons em uma determinada sequência, representando cada letra do braile, criando assim, a opção de ouvir a descrição do documento. “Uma amiga da minha família é cega e meu pai costumava ler os livros para ela, mas essa moça reclamava da falta de expressão sobre os personagens e de não conseguir interpretar as obras de maneira própria”, explica Matheus Orofino.
“Nosso maior desejo é criar uma plataforma de alfabetização para crianças com deficiência visual. O Brasil tem poucas obras. Materiais em braile são raros e caros. Queremos o projeto acessível para quem usa e para quem quiser aplicá-lo em uma sala de aula ou até mesmo em casa”, completa Lucas Yamada.
“O nosso projeto quer mostrar que uma pessoa com deficiência visual ou cega pode ser autônoma se tiver acesso a recursos mais diversificados, e não ficar restrito apenas com obras públicas em braile. Eles têm o direito de terem a própria perspectiva e compreensão de qualquer texto, pois muitos audiobooks, por exemplo, não trazem a entonação correta sobre o material e assim, não transmitem a emoção ao leitor, e o nosso Sistema de Leitura para Deficientes Visuais traz isso.”, diz Matheus, que deseja aplicar o projeto em bibliotecas públicas de São Paulo.